Os veículos roubados ou furtados são “documentados” pelos criminosos com os dados de um veículo similar que está regularmente cadastrado no Detran. Evidentemente que a “documentação” feita pelos marginais são falsificações dos documentos originais de um automóvel legalmente cadastrado no Detran.

Este crime é conhecido por clonagem de placas de veículos, os chamados “veículos dublês”, em que são utilizados os dados do proprietário e de seu veículo, regularmente e legalmente cadastrado no órgão de trânsito, para “documentar” de forma fraudulenta um veículo que possui as mesmas características, porém oriundo de furto ou roubo.

Este tipo de crime provoca muito transtorno para o real proprietário do veículo cadastrado no Detran, pois este sem saber de nada, sem cometer nenhum delito, acaba recebendo em sua residência notificações de infrações de trânsito, realizadas pelo veículo clonado, normalmente ocorrida em locais em que nunca transitou ou que até mesmo que desconhece.

Diante disso, tem-se uma longa e difícil tarefa para o proprietário do veículo provar que tais infrações não são de sua autoria e não foram feitas pelo seu veículo, mas sim por veículo clonado. Todavia, o problema é que o veículo clonado em comparação para com o original não possui diferenças aparentes, já que, em casos mais complexos, os infratores alteram além da placa, também o chassi, dificultando o proprietário do veículo verdadeiro comprovar que o segundo veículo se trata de um clone.

Na tentativa de provar sua inocência, o que se torna uma tarefa complexa, pois além de muitas idas e vindas aos órgãos públicos, o proprietário continua recebendo notificações e mais notificações até que, em muitos casos, acaba por receber a determinação para entregar a sua carteira de motorista, por ter excedido 25 (vinte e cinco) relativos às multas realizadas com o veículo fraudulento.

Sem suporte de órgão públicos

Este tipo de crime, infelizmente, na maioria dos casos, não é atendido pelos órgãos públicos envolvidos, com a devida atenção. Na maioria dos casos, os requerimentos aos órgãos de trânsito solicitando exclusão das multas são sumariamente indeferidos, o que faz acarretar acúmulo de pontos na carteira. Não bastasse o elevado débito que o proprietário do veículo regular tem que arcar, acaba ainda por perder o direito de dirigir, pela cassação da Carteira Nacional de Habilitação.

Não bastasse todos esses inconvenientes, transtornos e aborrecimentos, pode ainda acontecer que o veículo clonado esteja sendo utilizado para fazer assaltos, contrabando, transporte de drogas e entre outros crimes. Nesses casos, o proprietário do veículo regular acaba sendo envolvido em inquéritos policiais, não descartando a possibilidade de vir a ser preso indevidamente, em razão de ser vítima de uma fraude.

Deste modo, o devido acompanhamento técnico se perfaz como elemento essencial para que o direito e a segurança do proprietário do veículo clonado sejam resguardados e, com isso, a busca por um profissional especializado demonstra-se indispensável.